«Excesso de protagonismo» dos intervenientes prejudica Justiça .
Jorge Miranda, constitucionalista e catedrático de Direito da Universidade de Lisboa, criticou, esta sexta-feira, o excesso de protagonismo dos intervenientes da Justiça no processo "Face Oculta".
Jorge Miranda disse que não imagina, por exemplo, o presidente do Supremo dos Estados Unidos a desdobrar-se em entrevistas ou o procurador-geral a falar todos os dias à imprensa, frisando que isso é mau, prejudica a Justiça e o respeito pela magistratura.
«Não me agradam estas coisas. Caiu-se no reinado da comunicação», confessou, defendendo que os esclarecimentos prestam-se através de decisões dos tribunais e não através de entrevistas.
Na opinião do constitucionalista, há «um excesso de protagonismo» também da Associação Sindical dos Juízes Portugueses e do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, o que prejudica o respeito da magistratur. Assim, sublinhou, o princípio deve ser o da reserva e não a de intervenção.
Para Jorge Miranda, tem havido uma tendência para uma comunicação forte que não devia existir, sendo que os protagonistas políticos tendem a aproveitar esse tipo de intervenção.
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